Pular para o conteúdo principal

Como escolher uma corretora para investir

Como escolher uma corretora para investir? Esta é uma das primeiras dificuldades que o pequeno investidor enfrenta ao tomar a decisão de investir. Sem ter maiores informações, boa parte dos investidores nem sabem que é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores mobiliários para ter acesso às melhores oportunidades de investimentos. Mas que fatores devem ser considerados ao escolher uma corretora?

1. Cuidado com corretora atrelada a bancos

Você já é cliente de um grande banco como Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú Unibanco ou Santander. Nada mais natural do que começar a investir diretamente pelas corretoras vinculadas ao banco, não é? Menos papelada pra preencher, menos burocracia, mais facilidade pra investir sem ter que transferir o dinheiro da conta para a corretora…
O problema é que essas facilidades vêm com vários custos. Boa parte das corretoras associadas aos bancos cobram taxas de custódia e de corretagem altíssimas – no mínimo, comparáveis às maiores taxas cobradas pelas demais corretoras. E os serviços proporcionados por elas são, muitas vezes, bem piores do que o de algumas das corretoras independentes: os home brokers(sistemas de negociação de ativos a partir de seu computador) não têm tantos recursos sofisticados, e muitas vezes são bastante instáveis. Não é raro, além disso, que essas corretoras deixem de oferecer aos clientes a possibilidade de investir em determinados ativos ou de realizar determinadas operações. Por exemplo, em algumas corretoras atreladas a bancos não é possível negociar opções ou alugar as ações.

2. Fatores a observar ao escolher uma corretora

Escolher uma corretora depende de uma verificação de vários fatores. É prefiro analisar se o perfil da corretora combina com seu perfil de investimento, a segurança da corretora, a facilidade de uso de seu home broker, entre outros fatores:
a. A segurança da corretora
Você não gostaria de transferir o dinheiro da sua conta do banco para a sua conta na corretora e, do nada, perder tudo, não é? Pois é… isso pode acontecer com a parcela de seu dinheiro que estiver na conta corrente da corretora, se ela vier a falir. Por isso, é importante escolher uma corretora sólida, que não invista (em seus fundos) de maneira excessivamente alavancada (ou seja, com crédito excessivamente alto em relação a seus ativos).
Quanto à parcela investida em ações ou em títulos do tesouro (ou outros ativos), não se preocupe: embora a operação de compra do ativo tenha sido intermediada pela corretora, na verdade ele é custodiado por outras instituições. A corretora é apenas o agente intermediador da negociação.
b. Os recursos do home broker
A maior parte dos contatos que você terá com sua corretora será por meio de seuhome broker, que é o acesso eletrônico (por meio da internet) ao sistema de negociações que permite a compra e venda de ativos. Portanto, antes de escolher uma corretora, verifique se o home broker dela é estável, rápido e confiável. Já pensou ter um prejuízo porque você queria  vender rapidamente uma ação e não conseguiu porque o sistema não funcionou? Ou verificar que uma ação está cotada a um valor que você considera baixo e não conseguir comprá-la porque o sistema simplesmente não conseguia receber sua ordem?
Além disso, é importante verificar os recursos que a corretora disponibiliza por meio de seu home broker. Algumas corretoras disponibilizam análises de ativos, relatórios de investimento, vídeoaulas sobre investimentos, informação atualizada com o preço de várias ações, dados fundamentalistas das ações, entre vários outros serviços. É importante conhecer o seu perfil de investidor para saber que tipo de serviços seria mais necessário para que você tomasse suas decisões de investimento.
Advertência: as corretoras ganham dinheiro com a corretagem paga por seus clientes. Por essa razão, normalmente privilegiam clientes que operam em day trade(negociam ações diariamente, vendendo e comprando ativos conforme parâmetros de análise técnica), e por isso oferecem ferramentas compatíveis com análise técnica e gráfica. Além disso, boa parte dos cursos oferecidos também seguem essa perspectiva. Portanto, se você adota uma abordagem fundamentalista, muito cuidado!
c. Custos de custódia e corretagem
Outro fator importante a ser considerado diz respeito aos custos com custódia e corretagem. A taxa de custódia é uma taxa mensal criada pelas corretoras para manter o cadastro dos clientes, bem como para registrar suas  operações em seus sistemas de home broker, além de cobrir custos operacionais da corretora. É importante notar que a taxa de custódia não é de cobrança obrigatória. Algumas corretoras associam sua cobrança à quantidade de operações realizadas no mês (normalmente, quanto mais operações, menos taxa).
taxa de corretagem, por sua vez, é cobrada pela corretora para que a ordem de compra ou venda seja executada. Essa taxa também varia de corretora para corretora: algumas corretoras cobram uma taxa de corretagem fixa por operação (independemente do valor), e outras, cobram uma taxa de corretagem variável, proporcional ao valor da operação. Algumas corretoras também cobram a chamada “tabela Bovespa”, que é ideal para quem investe valores pequenos, mas muito onerosa para quem opera valores mais altos.
Para escolher uma corretora segundo o critério de custo, o ideal é definir, antes, o seu perfil de investimento. Se você pretende investir valores mais altos, o ideal é optar por corretoras que cobrem valores fixos por ordem (e não um percentual do valor da operação); e se você pretende investir valores mais baixos, talvez seja interessante optar por uma corretora que utilize a tabela Bovespa.
Nota: não escolha sua corretora apenas com base no custo. Às vezes, vale à pena pagar um preço um pouco maior de corretagem ou de taxa de custódia, e receber um bom atendimento e um home broker estável e rápido. Mas esse custo também não pode ser tão alto a ponto de comprometer seus ganhos.
d. Atendimento
Por fim, um fator importante a ser considerado é a qualidade do atendimento recebido. Tirar dúvidas sobre operações com uma equipe qualificada e interessada em resolver seus problemas é essencial. Às vezes, é justamente a diferença entre uma boa operação e uma operação com prejuízo. Mas cuidado: deixe bem claros seus objetivos antes de confiar no atendimento. Não confie cegamente nas sugestões da corretora, porque o único responsável por suas operações é você mesmo!
23 de maio, 2011 às 15:03

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...