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Gestão de carteira de Fundos Imobiliários

Os fundos imobiliários vem ganhando cada vez mais visibilidade por parte dos investidores brasileiros, segundo último boletim do Ibovespa, já são mais de 1,3 milhão de CPFs que aportam nesta modalidade de renda variável.

Apesar da característica próxima de um híbrido de renda fixa e renda variável, comparações simplistas podem fazer pessoas sem nenhuma experiência e pouco conhecimento, quebrar a cara.

Preço Importa

Uma das principais coisas que observei com relação aos fiis é que o preço de compra tem muita importância, tanto para os rendimentos mensais auferidos, como também para possível valorização do fundo.

De forma resumida, não adianta comprar coisa boa por um preço que não vale. Neste caso, mesmo tendo um bom fundo em carteira, ele trará desempenho ruim comparado ao preço de compra.

Marketing Time

Quando coloco que o preço deve ser objeto de avaliação além dos critérios mais comuns ( Localização, ativos, gestão, rendimento etc ), alguns dirão que é muito difícil acertar o tempo exato que os preços dos fiis estão adequados. Na minha opinião isso é uma meia verdade, pois tendo em vista que o valor patrimonial das cotas são publicadas com frequência, é possível criar mecanismos seguros de avaliação que geram certa margem de segurança.

Você é o Gestor

Quando se compra ações de boas empresas, o investidor entrega na mão da empresa a gestão e reinvestimento dos lucros para que a empresa cresça no longo prazo. Com os Fundos Imobiliários, devido a sua característica e obrigação de distribuição de 95% de seu caixa. A gestão dos rendimentos para crescimento a longo prazo passa a ser responsabilidade do investidor.

Reinvestir parte dos rendimentos

Assim como um trabalhador não deve gastar todo seu salário, um investidor não pode gastar todo o rendimento de seus investimentos. Neste caso, deve-se buscar uma taxa de poupança que seja confortável para cobrir novas emissões ( se forem vantajosas) ou aportar em novas oportunidades.

Meia mussarela, meia calabresa

A inflação é um grande problema para o investidor de uma carteira previdenciária, desta forma a preocupação de não ter tanto o valor patrimonial como os rendimentos perderem poder de compra é sempre uma preocupação.

Com a pouca base de dados existentes sobre o mercado de fiis no Brasil, observa-se que alguns fundos conseguiram cumprir a missão de corrigir a inflação ao longo do tempo e outros não. Hipoteticamente os ciclos imobiliários, depois de uma grande recessão, voltam a se recuperar e corrigir as distorções no longo prazo.

No entanto, cabe ao investidor diligente fazer as devidas correções, balanceamentos e aportes quando entender necessário.

Brasil é um país de Oportunidades

Muitos colocam o “risco Brasil” como algo negativo para os investimentos, no entanto eu vejo como janelas de oportunidade. Vez ou outra, pelo menos uma ou duas vezes ao ano, temos sustos seja na economia ou no meio político que fazem bons ativos serem oferecidos no mercado a preços bem atrativos, cabe ao investidor estar atento e preparado para aproveitar essas barganhas.

Observe que todos esses itens que abordei não são aprendidos do dia para a noite, é preciso viver e se envolver com o mundo dos investimentos para que com o tempo, se consiga enxergar oportunidades com maior facilidade.

Os riscos, independente da modalidade de investimento sempre irão existir, cabe aceitar e gerenciá-los da melhor forma possível.

Disclaimer – Eu não sou um analista/assessor de investimentos e nem pretendo ser, entenda que você é responsável por seus investimentos e decisões. Sou apenas um apaixonado por finanças  pessoais e minhas opiniões e escolhas são particulares a minha filosofia e valores. Em outras palavras, se fizer cagada com seu dinheiro não me culpe.

Imagem por Rafael_Neddermeyer –  Pixabay

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