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Luiz Beltramin |
Passar em frente a uma vitrine, apenas “paquerar” aquela TV super moderna, um sapato chique ou aquela calça que vai, literalmente, cair como uma luva, nem sempre é uma tarefa simples. Para muita gente, o prazer de simplesmente sonhar com algum item de consumo, quando falta dinheiro para realizar o desejo, serve como consolo. No entanto, para outras pessoas, o ato de comprar extrapola os limites da simples vontade e passa a ser algo compulsivo. A necessidade de comprar, independentemente se o produto é ou não imprescindível, muitas vezes, é gerada por problemas emocionais, entre eles, a carência afetiva ou a baixa autoestima, afirmam psicólogos. Paralelamente ao fato de descontarem frustrações, como se quisessem preencher um vazio com as sacolas do shopping center, esses compradores compulsivos acumulam mais do que itens quase que sem utilidade pela casa. As dívidas, como num “passe de mágica” transformam o que era um alívio para o fardo da dor emocional, um agravante para problemas que não se resolvem com a pergunta: “CPF na nota?” Cartão de crédito não é divã, alertam terapeutas. No entanto, a própria essência humana, regida pela busca constante pelo prazer, entra em parafuso quando essa fonte de deleite escraviza a pessoa. “Somos criados pela busca ao prazer. Todo ser humano, instintivamente, é assim”, analisa a psicóloga Viviane Nicoliello de Siqueira, do Centro de Terapia Cognitiva (CTC), de Bauru. Comprar compulsivamente, além de ser uma forma de descarregar frustrações, também tem explicação filosófica, observam especialistas. Juliana de Souza, professora do curso de Filosofia da Universidade do Sagrado Coração (USC) afirma que, no caso de “compradores crônicos”, a mercadoria assume papel supremo na vida da pessoa. “A questão do consumo desenfreado está ligada à fetichização da mercadoria”, relaciona. “Para Marx, fetichização é o processo pelo qual um objeto ganha valores e significados. A mercadoria perde seu valor de uso para adquirir status de algo necessário, porém não apenas para usar, mas sim possuir”, cita. Além disso, acentua Juliana, a própria sociedade incentiva esse comportamento, independentemente da pessoa vir ou não a se tornar uma compradora compulsiva. “A lógica da nossa base econômica induz que sejamos consumistas”, considera. “Algumas pessoas perdem o controle e se tornam dependentes das mercadorias consumidas”, acentua. ![]() Sem limite Foi isso o que aconteceu com Angélica (nome fictício). Compradora compulsiva até o ano passado — hoje se diz livre do problema, após passar por terapia – ela conta que chegou a torrar oito cartões de crédito. “Estourei o limite de quatro cartões de banco e outros quatro de crediário de lojas”, recorda. “Cheguei ao ponto de comprar sabendo que não teria como saldar as dívidas, que só se acumularam”, completa. Hoje, ela luta para terminar de quitar os débitos causados pela compulsão. Prestes a zerar a última dívida, ela confessa que não está livre de recaídas. Por isso, fica longe de qualquer oferta para adquirir novo cartão de crédito, apesar da tentação ser grande. “Está muito fácil conseguir crédito. Nossa economia está baseada nele”, analisa o economista Mauro Fernando Gallo. Segundo ele, a grande disponibilidade de crédito na praça aliada ao imediatismo em se obter algum tipo de mercadoria é a equação perfeita do desastre. “Muita gente poderia comprar o mesmo bem somente com o que paga de juros”, avalia. “O imediatismo na hora da compra fala mais alto. A necessidade de dizer ‘eu tenho’ é maior do que a preocupação com o que se paga depois. É falta de educação financeira”, relaciona. |
Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...
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