Pular para o conteúdo principal

VOCÊ ESTÁ FELIZ COM 13º SALARIO?

O bordão do título, emprestado do cantor cumpadre washington do grupo É o Tcham, foi utilizado para expor porque você não deveria ficar feliz com o 13º salário. Leia o post e  entenda o motivo.

VOCÊ ESTÁ FELIZ COM 13º SALARIO?

O quarto trimestre, na minha opinião, é o melhor período do ano. É a época das festas de final de ano, também o momento de estabelecer as metas do próximo ciclo e brindar as conquistas alcançadas.

Além de tudo isso, entre novembro e dezembro é o momento que a grande maioria das pessoas e possivelmente você anceia pelo 13º salário, a galera fica muito feliz por esse dinheiro a mais… ops, eu disse dinheiro a mais?!

Vai entender o título deste post agora. Na verdade não recebe um 13º salário, o que você recebe é parte do seu salário fracionado em 12 vezes e devidamente provisionado pelo empregador, investido a juros de mercado para ser devolvido entre novembro/dezembro.

A GRANDE VERDADE

Pensando por essa ótica, na verdade o que fez foi EMPRESTAR DINHEIRO para a empresa sem nenhuma contrapartida, nem se quer correção monetária. Como acredito que ainda não entendeu direito o que estou dizendo. Vou dar um exemplo prático e simples para melhor compreensão de como funciona.

Suponha que um funcionário recebe $1 mil por mês. Neste caso no final do ano a empresa irá pagar $12 mil + 13º salário. (Não estou incluindo outros custos e obrigações na conta para facilitar o entendimento). Neste caso ele receberá  um salário anual de $13 mil por ano.

Toda boa empresa faz projeção de fluxo de caixa como também provisão para custos/despesas futuras. O 13º salário é mais um custo que já está provisionado para novembro/dezembro. Desta forma a empresa já considera o salário anual deste funcionário a $13 mil e não os $12 mil que ele acredita que recebe.

Na ótica do funcionário, ele entende que recebe um salário extra em dezembro, na visão da empresa este valor já foi incorporado aos custos de folha de pagamento e estão devidamente provisionados, mês a mês, investidos em renda fixa a juros de mercado. Ao final do ano o montante final será maior que o depositado.

Veja este trecho da entrevista do empresário Flávio Augusto, um dos maiores nomes do empreendedorismo no Brasil, onde fala exatamente sobre o assunto.

Ou seja, a empresa desde janeiro já começa a provisionar o pagamento de 13º utilizando o próprio salário anual do funcionário. Assim no final do ano já possui o teórico 13º e ainda uma sobra de juros. Este valor provisionado também pode ser utilizado para financiar outras operações da empresa, ou o que julgar melhor, dependendo do funcionamento e especificidade de cada segmento.

Só gostaria de deixar bem claro que a empresa está corretíssima em adotar essa estratégia financeira, já que é obrigada por lei a pagar 13º salário.

NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS

Entendeu agora? Como sempre gosto de falar não existe almoço grátis, você acha que este é um direito do trabalhador mas está só emprestando seu próprio dinheiro durante o ano inteiro para receber tudo só no final do ano sem correção nem juros.

Você pode até falar que se não existisse esse “benefício”, só receberia seu salário e nada mais. Porém se esquece de observar que quem escolhe o valor que você recebe não é a empresa e nem você. Quem determina o valor de seu salário e de qualquer outro profissional é o mercado, através da lei de oferta e procura. Se não existisse 13º, seu salário seria ajustado anualmente para o mesmo valor com o benefício, porém com a vantagem de receber esse “extra” incorporado ao seu salário.   

Este blog não é a favor nem contra nenhum partido ou causa partidária, seja de direita ou esquerda. Só gostaria que entenda na prática o efeito de alguns teóricos benefícios que lhe impede de ter rendimentos maiores. 

Meu objetivo é ajudar que pense por seus próprios meios e a refletir sobre temas e situações cotidianas  para que não sejamos felizes, porém alienados.

Dito tudo isso, fica a pergunta… Está feliz por receber seu 13º salário?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...