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A CURVA DA SATISFAÇÃO – A FRONTEIRA ENTRE O DINHEIRO E A FELICIDADE

Nossa sociedade nunca foi tão próspera como é hoje, temos acesso a artigos em supermercados que à poucas décadas atrás só eram possíveis aos muito ricos.

A CURVA DA SATISFAÇÃO

Mesmo com todos os mimos que podemos comprar, nossa sociedade nunca foi tão infeliz e estressada. Parte da resposta para esse problema está na afirmação abaixo, vou destacar de tão poderosas que são essas palavras.

Aprendemos a buscar soluções externas para sinais da mente, do coração ou da alma de que algo está em desequilíbrio. Tentamos satisfazer necessidades essencialmente psicológicas e espirituais por meio do consumo no meio físico.

Joe Dominguez

COMO E POR QUE ISSO OCORRE?

Quando éramos bebês, nós tínhamos vontades satisfeitas com o básico. Bastava chorar para receber comida, bebida, carinho e abrigo. 

 

Com o passar do tempo descobrimos outras coisas que traziam satisfação como brinquedos e jogos. Ano após ano tínhamos nossa lista de necessidades crescendo, sendo  atendidas por coisas que saiam do básico (comida, casa e roupas).

Tudo isso nos trazia bastante conforto e felicidade.

Até que conseguimos nosso primeiro emprego e com o salário descobrimos que poderíamos comprar nossa própria felicidade.

Conforme vai crescendo na carreira e melhorando os rendimentos, passamos a adquirir produtos de luxo, um como carro ( Esse é o luxo que mais de 80% da população mundial não possui), sua satisfação chega ao topo, não importa quanto mais coisas você compre.

Mesmo que cada item ainda represente satisfação, ele é cada vez mais caro e menos satisfatório. Este é o momento em que percebe que ganhar e gastar mais dinheiro parou de funcionar.

A cada promoção, cada item a mais adquirido traz mais preocupação. É o seguro, os impostos, as prestações, o crédito consignado, a manutenção, o medo de perder, os presentes para família, a aparência, a necessidade de status, a vontade de ajudar pessoas, o terapeuta, as férias na Disney, a academia, o MBA.

Até que chega o momento em que se pega lembrando de como era feliz quando fazia estágio e compartilhava cerveja na calçada com os amigos, sem nenhum trocado no bolso.

Você cai na real e descobre que mais dinheiro não é igual a mais felicidade. Em algum momento isso deixou de funcionar. Mas por que? Simples, você ultrapassou a curva da satisfação e não percebeu.

Depois do estágio máximo sua satisfação, representada na figura abaixo, começa a cair e conforme seus custos/gastos sobem o sentimento de satisfação diminui.  

Neste caso um dos maiores segredos da vida é encontrar o ponto máximo de satisfação.

O conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa, para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz.  – Epicuro

QUANTO DINHEIRO E COISAS PRECISAMOS?

A resposta para essa pergunta está em quantidade diferente de pessoa para pessoa, porém existe uma palavra que serve de suporte para todos, esta palavra se chama suficiência.

Eu e qualquer outra pessoa deste planeta precisamos apenas do suficiente para estarmos satisfeitos. O suficiente não significa apenas o básico ( comida, abrigo, roupas).

É necessário o básico, além disso, o conforto e até alguns alguns luxos. O problema está no excesso que acaba se tornando desperdício.

Tudo que passa da curva da satisfação lhe fará mal, isso vale para qualquer coisa, seja comida, exercícios físicos ou dinheiro.

Assim que descobrir o quanto é suficiente para você, sua curva de satisfação permanecerá alta e isso lhe trará maior qualidade de vida, satisfação pessoal e sentimento de realização.

Bibliografia: Your Money Your Life  (1992) ; Cartas sobre a Felicidade ( a Meneceu) , Epicuro – Filosofia Antiga

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