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E se não existisse dinheiro?

Existem pessoas que constantemente desejam que chegue a sexta feira. O triste desta situação é que não percebemos que estamos pedindo para morrer mais rápido. É um discurso radical, eu sei, mas toda vez que desejamos adiantar o tempo tiramos a possibilidade de viver esse período.

SE NÃO EXISTISSE DINHEIRO, O QUE FARIA COM SEU TEMPO LIVRE?

O filósofo Nietzche dizia que se você esgota a sua vida, ou seja, se vive de forma plena a morte é uma consequência feliz, irá morrer no momento certo. Teoricamente está pronto para morrer quando esgota aquilo que tem para viver.

Mesmo aqueles poucos que amam seu emprego são dominados pelo tempo que precisam trabalhar, o tempo que sobra, aquilo que resta é o que poderá ser encaixado na sua vida.

“Morremos a cada dia, a cada dia falta uma parte da vida.” – Sêneca

A necessidade de trabalhar somente por dinheiro tira o propósito, deixa o valor do ofício em segundo plano. Estamos sacrificando nosso sonhos por dinheiro, porém esse processo é tão devagar que nem notamos a pele enrugar, o cabelo ficar branco e as doenças da idade aparecerem.

O emprego nos dá segurança, uma casa bem mobiliada e uma velhice tranquila, são exatamente essas coisas que conseguimos notar e contamos com o passar do tempo.

Por que não fazemos nada? Se não estamos felizes e sabemos disso, por que não mudamos? A inação nos mantem pedindo a sexta a noite quando ai poderemos desfrutar o happy Hour, mas se não trabalhasse de segunda a sexta, o que faria com tanto tempo livre?

Imagine a dificuldade que seria para encontrar significado em uma vida sem um emprego semanal, que ocupa quase toda sua existência.

E se não existisse dinheiro? Faria o que está fazendo hoje? Se relacionaria com as mesmas pessoas? Estudaria as mesmas coisas que estuda? Daria o mesmo valor para as coisas que dá hoje?

Link original video: (https://www.youtube.com/watch?v=qmaq15qL7Q8)

ONDE FORAM PARAR NOSSOS SONHOS

Até mesmo se vivêssemos sem nenhuma limitação financeira e nos livrássemos  do trabalho que agride nossos valores, não teríamos capacidade psicológica para nos vermos livre dele.

Geralmente nos enxergamos como nosso emprego, queremos tirar do emprego a autoestima que nos falta e o pertencimento que não encontramos na sociedade.

Como você se sente ao falar o que faz? Sente orgulho ou um pouco envergonhado? Qual o tamanho de sua estima ao afirmar “ Eu sou…”? Passamos a elencar pessoas por categorias profissionais, por cargos administrativos, por folha de pagamento.

É um novo sistema de casta, uma forma de classificar pessoas sem nem mesmo notarmos.

Neste processo nos perdemos de nossos sonhos, vivemos sem propósito e significado, assim, até o mais belo ofício será apenas uma relação comercial. Quando o perde, e irá perde-lo em algum momento, terá apenas uma vida vazia.

Levantar na segunda pela manhã pedindo a sexta é sintoma de que precisamos buscar um sentido maior para nós mesmos.

Faz-se necessário entender que ganhar a vida se tornou ganhar a morte.

Precisamos romper com essa mentalidade degenerativa de sonhos e de auto-estima. A pergunta que fica é… e se não existisse dinheiro, o que faria para o resto da sua vida?

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