Pular para o conteúdo principal

O pior conselho sobre finanças que já recebi na minha vida

É muito comum eu conversar com as pessoas sobre finanças, poucas vezes recebi boas dicas. Tenho certeza que você já ouviu um conselho como este:

– “Guardar dinheiro pra quê? Depois você morre e não aproveita nada… Tem mesmo é que gastar tudo!”

Esta mesma pessoa conta uma história do tipo: – Lembra de fulano? Trabalhava feito um condenado para juntar dinheiro, fez uma fortuna e do nada bateu as botas. Morreu sem aproveitar nada, deixou tudo para os outros.” 

Como está lendo um blog que fala sobre Liberdade financeira, acredito não compactua com essa ideia. Mas porque eu considero este o pior conselho sobre finanças que já recebi?

PRECISA ESCOLHER?

Quem falou que poupar dinheiro, fazer bons investimentos impede alguém de aproveitar a vida? Este é um grande mito que pessoas sem controle financeiro acreditam erroneamente. Pensam que é necessário escolher entre a felicidade ou o dinheiro. A boa notícia é que você pode escolher os dois, um não exclui o outro.

Eu particularmente não me privo de nada que me faz feliz, pelo contrário, por ter controle financeiro e saber muito bem o que quero, posso escolher o que fazer sem nenhuma culpa. As escolhas que fazemos não são para guardar e acumular dinheiro, são para ter maiores possibilidades de escolha e menos dependência, ou seja, poupamos para ter mais liberdade.

Aqueles que vivem no limite ou até acima de sua capacidade de renda ainda não adquiriram inteligência financeira e por consequência também estão longe de adquirir Integridade financeira . 

O que a grande maioria das  pessoas não sabem é que a forma como gastamos nosso dinheiro, ou seja nossa forma de consumir os recursos existentes no planeta, nada mais é que o reflexo de valores pessoais traduzidos e externados por nosso comportamento de consumo. Ao se tornar uma pessoa melhor irá fazer você poupar dinheiro sem nem pensar que está poupando dinheiro. Entendeu?

Quando vivemos como se não houvesse amanhã uma hora a conta chega. Enquanto somos jovens e conseguimos produzir nosso próprio sustento, não se preocupar com dinheiro é fácil, só que em algum momento a fonte seca. Todos vamos envelhecer e não é de hoje que sabemos, não é mais possível confiar no governo para aposentadoria. Entregar essa responsabilidade para nossos filhos é um castigo duplo, pois eles provavelmente terão o mesmo comportamento irresponsável com relação ao futuro que os pais possuíam.

Que vamos morrer é fato, o problema é que desejamos viver bastante e se possível muito bem. Viver como se não houvesse amanhã irá fazer o manhã se tornar muito mais difícil e menos prazeroso que hoje.

Viver o hoje é tão importante quanto se preservar para o amanhã, um não exclui o outro. Não se trata de uma questão de escolha binária, podemos ter os dois.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...