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A vontade de ter, mostrar e viver uma vida que não é nossa

A vontade de ter, mostrar e viver uma vida que não é nossa é algo muito comum que, na maioria das vezes, nem percebemos. O problema é que as consequências podem ser devastadoras para nossas finanças. 

Com certeza você já viveu um destes momentos. Eu já passei por todos eles e mesmo assim, tenho certeza que da próxima vez que estiver exposto precisarei de muita atenção para não me colocar nessas armadilhas.

O primeiro encontro

Funciona assim, a outra pessoa ou até você mesmo propõe um local bem legal, porém caro, você sabe que não deveria. Não cabe no seu orçamento, mas mesmo assim aceita.

Claro, você pensa… acha que vou falar de dinheiro já agora? Pega mal e ainda vou passar por muquirana ou duro. Não dá, eu quero causar boa impressão.

O que fazer nestes casos? Se o ambiente é para uma pessoa e a outra não pode, deveria falar, mas se o local não é para nenhum deles e ninguém se manifesta, pior ainda.

De qualquer forma, a coisa já começou a desandar antes mesmo de começar porque estão ostentando uma vida que não podem manter a longo prazo.

Quando o casal começar a enxergar a realidade do dia a dia, os problemas irão pipocar na mesma proporção que os boletos bancários. 

Ter clareza sobre a realidade financeira é essencial para estabelecer um padrão de vida compatível, saúde financeira e manter um relacionamento a longo prazo.

O Happy Hour

Tão comum nos tempos atuais o happy hour é um exemplo clássico de como a necessidade de aprovação social nos faz gastar dinheiro. Funciona assim… você toma 2 chopes enquanto a galera, boa de copo, entorna quase todo o estoque do bar e no final todos são intimados a dividir a conta.

Em bares em que a comanda não é individual, com certeza alguém irá sair perdendo, além disso o consumo quando é rateado por igual costuma ser bem maior do que se fosse consumido de forma individual.

 O que fazer nestes casos? Se indispor com os amigos e falar que só vai pagar o que consumiu? Sim, isso deveria ser o certo, porém não é o que acontece. Para não receber olhares de reprovação e passar por pão duro vai aceitar dividir e pagar muito mais que deveria. 

O ideal é antes de iniciar o happy já deixar todos avisados que irá pagar apenas por seu consumo. Tirando alguns petiscos que valem a pena dividir, a regra é se responsabilizar apenas por suas despesas. Não é justo tomar um suco e pagar por caipirinha. 

Receber Amigos e parentes

Com certeza é muito gostoso receber pessoas queridas em casa. O grande problema é que ao querer agradar demais ou passar uma vida que não  é verdadeira leva ao endividamento.

Principalmente as pessoas que acabaram de mudar para uma casa nova, ou recém casados ( geralmente já estão endividadas por conta da mudança) querem receber os amigos e parentes para compartilhar a felicidade da conquista. 

Só que com o orçamento apertado deveriam manter as coisas simples, mas como assim? Minhas amigas vão achar que passo necessidade se verem a geladeira vazia. Se não servir picanha no churrasco, cerveja de marca premium, etc.

Gosto muito da ideia de festa americana onde cada um leva um prato e a própria  bebida, este formato é democrático e ajuda a eliminar os colegas disfarçados de amigos. Acaba sendo um filtro para as pessoas que realmente querem compartilhar de momentos com você.

A influenciadora digital Nathalia Arcuri  chama de dinheirofobia e pede atenção para os  sintomas abaixo:

  • Medo de decepcionar;
  • Medo de ser Julgado;
  • Medo de quebrar o encanto;
  • Medo de que o outro goste menos de você;
  • Medo de causar uma briga desnecessária.

Falar de dinheiro é sempre um tabu, mas se todos fossem honestos consigo mesmos e deixassem claro sua realidade financeira, as relações pessoais poderiam ser mais simples, justas e menos destrutivas para nossas contas bancárias.

Imagem por Neshom – Pixabay

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