Pular para o conteúdo principal

A dependência do domínio

Outro dia fui para a academia e me deparei com um aparelho que simulava uma escada, o equipamento é mais ou menos uma mini escada rolante. Nele, estava um amigo, subindo os degraus com programação para 20 minutos de exercício, o engraçado de tudo isso é que este meu amigo mora no 8° andar de um prédio, pega elevador todos os dias pelo menos umas quatro vezes.

Este é um exemplo clássico da dependência de domínio atuando no dia a dia e em nossa mente. As pessoas compreendem uma ideia em uma área de atividade e simplesmente não reconhecem a mesma ideia em outra. Em outras palavras, como diz Nassin Taleb:

“Os seres humanos, de alguma forma, não conseguem reconhecer as situações fora dos contextos em que costumam aprender sobre elas.”

Da mesma forma observamos médicos receitando atividade física para que o paciente fique mais forte e saudável e ao mesmo tempo, na mesma consulta, receitam antibióticos para infecções sem muita importância, facilmente curáveis ,de forma natural,  pelo próprio mecanismo de defesa do corpo.

Na economia vemos pessoas defendendo o liberalismo e o estado mínimo, no entanto, quase entram em briga corporal com alguém que proponha a extinção dos direitos trabalhistas. Já aqueles que defendem o estado forte, saúde, educação, serviços e assistencialismo governamental acham um absurdo ter que declarar e pagar impostos.

A gambiarra supera os grandes especialistas

O maestro João Carlos Martins, depois de ter os movimentos das mãos paralisados, tentou de tudo. Diversas cirurgias com os maiores especialistas do planeta que o dinheiro pode pagar. E nada, cada nova cirurgia era um sofrimento, seguido de frustração e movimentos ainda mais reduzidos.

Quinhentos reais… foi esse o valor que um designer Industrial gastou para devolver os movimentos das mãos do maestro, uma gambiarra inspirada em amortecedores de carros de Fórmula 1. Algumas peças de fibra de carbono, parafusos e tecido foram suficientes para colocar doutores renomados mundialmente no bolso.

Hoje o mundo pode ouvir o maestro em ação novamente porque alguém conseguiu, como o mundo corporativo gosta de falar... pensar fora da caixa.

 

A dependência do domínio é uma miopia mental que nos faz perder oportunidades, mesmo que ela esteja olhando para gente.

Perdemos a capacidade de encontrar soluções fáceis, simples e com baixo custo. Neste sentido só conseguimos desenvolver sabedoria e racionalidade quando lutamos para superar e transpor essa barreira mental, é preciso muita atenção para treinar nosso cérebro e instigar e exercitar a criatividade.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...