Pular para o conteúdo principal

A estratégia Barbell para comprar coisas

Há pouco tempo, falei sobre a estratégia barbell para investimentos. Agora veja que esta mesma estratégia pode ser utilizar para comprar coisas.

Um dos conselhos dos minimalistas é possuir poucas coisas, porém as que possuir devem ter qualidade. A estratégia barbell neste sentido é um pouco mais sofisticada, já que ela seleciona os itens que devem ser de ótima qualidade e por consequência mais caros ( ser caro nem sempre é sinônimo de qualidade). Do outro lado temos os produtos baratos evitando o meio termo, ou seja, deve-se buscar os dois extremos.

Compras de qualidade para coisas que usa todos os dias

Eu sempre me coloco a pensar o que compensa pagar caro pela qualidade e não me arrepender de desperdiçar dinheiro comprando apenas marca. Existe um ditado popular que diz… “o barato sai caro”. Já comprei algumas coisas achando que estava fazendo economia, mas na verdade acabei gastando mais dinheiro depois, já que o produto não tinha durabilidade.

Um exemplo são facas de cozinha. Aqui em casa temos umas dez facas, mas nenhuma de qualidade. Se tivéssemos investido em uma faca de qualidade, teríamos gastado menos dinheiro e ainda com mais eficiência.

Produtos que são utilizados com muita frequência e diariamente precisam ter excelente qualidade, pois além de possuir maior durabilidade, evitam desperdício e melhoram a produtividade das atividades diárias.

Estratégia Barbell

 

Comprar qualidade para coisas que podem nos colocar em risco

Uma vez vi uma borracharia que vendia pneus riscados, (eles pegam pneus velhos e riscam novos desenhos na borracha que já está gasta, assim ficam com aparência de novos). Essa com certeza é uma economia que não vale a pena, pois além de colocar a vida de quem compra em risco, também coloca a de todas as outras pessoas.

Produtos que podem comprometer nossa segurança e saúde devem ser adquiridos com a melhor qualidade possível. Isso não significa que devem ser os mais caros, mas com certeza não serão os mais baratos disponíveis.

Eu por exemplo, gosto muito de fazer trilhas. Há uns três anos atrás comprei um par de botas para trilhas que até hoje estão novos, foram bem caras, mas evitei lesões, risco de quedas graves e ainda tive melhor desempenho nas caminhadas.

Do que adiante ter um capacete que não vai aguentar uma queda, exatamente no momento que mais precisa?

estratégia Barbell

 

Comprar coisas baratas para todo resto

E quais seriam as coisas que podemos comprar pelo menor preço? A resposta é todo o resto, a verdade é que seguindo as regras anteriores, eliminamos 90% da necessidade de comprar coisas apenas pelo baixo preço. Mas eu particularmente sempre procuro buscar a melhor relação custo benefícios e quase sempre consigo bons produtos.

Evite o meio termo

Se vai comprar uma camiseta que não irá fazer muita diferença na sua vida, então compre a com menor custo. Não adianta comprar a que está no meio termo. Tipo… se existe uma de quinze reais e outra de trinta, pegue a de quinze. Provavelmente a de trinta só tem esse custo por carregar alguma etiqueta que não vai agregar valor a nada, a qualidade deve ser muito parecida.

Um exemplo de como podemos desperdiçar dinheiro é quando iniciamos uma nova atividade. Se estamos aprendendo a tocar violão, compramos algo no meio termo, ou seja, de custo médio. Mas na verdade nossas habilidades ainda não conseguem reconhecer a diferença de um violão estudantil para um semi profissional. O que é pior, nossas vidas mudam e abandonamos o hobby acumulando prejuízo. O ideal nesse caso é comprar o equipamento de entrada com menor custo e conforme vamos evoluindo mudamos para um equipamento melhor.

A gente começa muita coisa e desiste, perde o interesse e para de praticar, assim as coisas vão se acumulando dentro de casa causando um enorme desperdício.

Resumindo, menos produtos com melhor qualidade para o dia a dia e também para as coisas que podem comprometer nossa segurança. Para todo o resto devemos observar o menor custo possível evitando o meio termo.

Aqui vale aquela regra minimalista, menos coisas mais vida.

E você, o que acha da estratégia Barbell para adquirir produtos e serviços?

*Este artigo foi inspirado no artigo The Barbell Strategy for Baying Quality Stuff  do site  The Deep Dish.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...