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Não tome decisões baseado apenas em dinheiro

Eu escolhi minha profissão porque gostava e também porque acreditei que teria boa remuneração. Dez anos depois não gosto mais do que faço e nunca tive um excelente salário.

Não escolha sua profissão ou carreira considerando apenas o dinheiro

Quando pensamos em uma atividade profissional levamos em conta o nosso gosto pessoal e a remuneração média que a categoria paga. Algumas poucas pessoas levam em consideração algo mais grandioso como o propósito, porém existem alguns problemas nessa equação.

Quem garante que continuará gostando do que faz? Foi o que aconteceu comigo, por um período de tempo gostava do que fazia, depois não gostei mais. Então passei a trabalhar apenas pelo dinheiro, e diga-se de passagem, não era muito dinheiro apesar de ser maior que a renda média nacional.

Vendo por essa perspectiva teoricamente deveria ter escolhido uma profissão pelo dinheiro, certo? Errado! Se eu tivesse escolhido minha profissão apenas pelo dinheiro, com certeza, seria um profissional mediano, o que resultaria em salário mediano também. Além disso, eu provavelmente iria me arrepender e ficaria frustrado por não ter escolhido o que gostava.

Quanto ao propósito? Ele também muda. Muitas vezes passamos quase uma vida inteira acreditando em valores de bosta até perceber que não fazem mais sentido. Hoje em dia falar de propósito ficou na moda e até banal, mas a verdade é que nem todo propósito vale a pena.

Temos um conceito errado de carreira. Por que precisamos casar pelo resto da vida com nossa profissão? Acho uma covardia, ainda jovem, escolher algo que teremos de fazer para sempre. Esse é o grande problema, um jovem de vinte anos precisa tomar uma decisão que ainda não está preparado.

Tomada a decisão, depois de formados, começamos a trabalhar e se, de repente, percebemos que não está mais rolando, não desistimos. A gente simplesmente não pode jogar tudo fora para começar do início novamente, mesmo porque, provavelmente, já temos obrigações financeiras que nos impede de estagiar, de ficar sem renda  e arriscar.

Ao contrário do que deveria fazer, nos afundamos ainda mais no que não gostamos, seja com uma MBA, um curso de especialização ou idioma. Sem contar que a frustração faz as pessoas buscarem recompensas momentâneas consumindo futilidades.

Em tempos de Black Friday e pessoas frustradas, shopping se torna hospital e lojas viram farmácias. Quando tudo isso não funciona, usa-se o resto do dinheiro para pagar terapia.

Por isso que a Independência financeira ( IF ) é uma ferramenta que nos liberta das amarras financeiras, simplesmente o dinheiro deixa de ser uma variável a ser analisada. Isso é realmente incrível! A IF nada mais é que um subproduto do amadurecimento sobre finanças e vida, não é possível separar uma coisa da outra.

Sabendo disso fica a pergunta: Se dinheiro não fosse uma variável, continuaria trabalhando com a mesma coisa ou pelo mesmo período de tempo que trabalha hoje?

Imagem por Analogicus – Pixabay

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