Pular para o conteúdo principal

E agora, o que fazer com meus investimentos?

O mundo mudou, há quem fale que este momento tem prazo curto e logo tudo volta a ser como era antes, mas independente disso, o mundo mudou. Diante de tanta incerteza, muitos investidores, principalmente aqueles de primeira viagem estão totalmente perdidos.

E agora, o que fazer com meus investimentos?

Para ajudar a responder essa pergunta preciso fazer novas perguntas, não para confundir ainda mais, mas para trazer a tona o que todo investidor deve ter muito bem claro em sua mente.

Qual o seu sonho\objetivo?

Todo investimento deve atender a um propósito, a um objetivo inicial. Muita gente começa investir porque sobrou um dinheirinho e ela não sabe o que fazer,então ela se questiona… o que está rendendo mais? Sem o menor critério, visando apenas rentabilidade. É essencial ter uma destinação para aquele recurso que está investindo. Será esse sonho, esse desejo que o fará não desista na primeira dificuldade ou tentação que aparecer pela frente. Se o seu objetivo não mudou, se as condições para atingi-lo não foi alterada, fique firme em seu propósito.

Está de acordo com seu perfil de investidor?

Existe regulações que exigem à toda instituição financeira fazer teste do perfil de investidor com toda pessoa que deseja iniciar seus investimentos além da renda fixa. Esse teste é super importante porque ajuda a proteger de investimentos que não estão de acordo com seu perfil, sua aversão ao risco e a perda.

Quando alguém tenta colocar a carroça na frente dos bois costuma quebrar a cara. Primeiro procure entender os conceitos básicos de investimentos e seu perfil de investidor. Caso tenha iniciado investimentos em renda variável e não consegue dormir direito agora porque tudo está caindo, isso é um grande sinal de que não sabe o que está fazendo ou seu perfil não está adequado ao investimento.

Vai usar a grana no curto prazo?

Essa informação é muito importante, via de regra renda variável deve ser um investimento para longo prazo. Se hoje você se questiona se deve vender suas ações ou fundos porque a bolsa está em queda, é bem provável que esteja focando seus recursos visando o curto prazo. Neste sentido você nem sequer deveria ter feito qualquer investimento em renda variável.

Você argumentar que existem os traders e as compras feitas para especular no curto prazo. Sim existem, porém não seja ingênuo (a) pensando que vai ser vencedor no longo prazo fazendo isso na sua hora de almoço. Trade, seja lá do que for, é profissão. Via de regra pessoas comuns quebram a cara tentando fazer isso.

Por que comprou/investiu?

Quando fez sua aplicação financeira você deve ter se questionado porque estava fazendo aquela compra, seja de renda fixa ou variável. Oras, se o seu porquê não mudou e as perspectivas, apesar de incertas, seguem inalteradas, por que vai vai mudar, vender ou resgatar o que iria seguir por longos anos?

Se a sua vida sofreu uma grande mudança nesta crise, se a empresa que investiu corre o risco de falir, reavalie, se for preciso fazer alguma correção de rumo, faça, mas lembre-se de ter em mente sempre o porque fez aquele investimento.

Se por exemplo, você comprou algum fundo imobiliário para auferir renda e só porque a quota se desvalorizou está pensando em se desfazer. Concorda que não faz sentido? Ninguém compra uma casa para alugar e vende no mês seguinte porque estamos em quarentena.

Seus recursos atender sua estratégia de investimento?

Uma carteira de investimentos diversificada deve ser composta de diferentes ativos, tanto de renda fixa quando de renda variável. Sendo que esta composição deve atender uma estratégia de investimentos que cubra todos os seus objetivos, sejam eles de curto, média e longo prazos. Em momentos como este, é exatamente uma carteira com uma composição equilibrada que lhe fará ter tranquilidade para tomar decisões e correções necessárias.

Sua vida mudou? Seus objetivos são os mesmos?

A nossa vida pode mudar de uma hora para outra e muitos investimentos que faziam sentido passam a não fazer mais, neste caso o que precisa é reavaliar quais ainda deve manter ou quais deve vender ou trocar. Muita gente acha que deve vender tal ação porque acha que vai cair ou não vai subir mais. Tem um monte de gente especialista falando um monte de coisa.

A verdade é que ninguém sabe do futuro e o que devemos fazer é focar no trabalho, aportar com consistência e neste momento difícil, ter calma para não fazer nada tomado pelo sentimento do medo ou da ganância. Qualquer pessoa que disser o que vai acontecer daqui para frente não passa de um palpiteiro.

Disclaimer – Eu não sou um analista/assessor de investimentos e nem pretendo ser, entenda que você é responsável por seus investimentos e decisões. Sou apenas um apaixonado por finanças  pessoais e minhas opiniões e escolhas são particulares a minha filosofia e valores. Em outras palavras, se fizer cagada com seu dinheiro não me culpe.

Imagem por pexels  – Pixabay

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A realidade após três anos de FIRE

Com o último post, recebi algumas perguntas sobre como está minha vida neste momento e para matar a curiosidade de quem estiver interessado. Vou atualizar agora: A minha realidade após três anos de FIRE Investimentos Após aproximadamente 3 anos, meu patrimônio cresceu uns 25% e a renda passiva mais de 50%. Ano passado a média de reinvestimento ficou próxima de 30%, que é a meta que estipulei. A inflação tem sido uma preocupação pois meus gastos subiram por volta de 40%. Nesse sentido é muito importante ter atenção aos investimentos corrigidos pela inflação, mas também na recuperação de ativos que não seguem o ciclo econômico inflacionário, que é o caso dos fundos imobiliários. Falando em fundos imobiliários, existe uma constante tensão sobre a taxação e também as regras que estes ativos são submetidos. Enfim, esse é o risco Brasil, além disso ainda existe a constante impressão de que boa parte dos gestores de fundos estão trabalhando apenas em favor próprio. Mesmo assim ainda vejo esse...

Como eu atingi a independência Financeira

Acho que essa é uma das maiores curiosidades de alguém que está começando no mundo dos investimentos e que deseja atingir a independência financeira. Uma coisa importante que preciso falar é que nunca tive um super salário, minha profissão não tinha nada de especial, não sou nenhum gênio dos investimentos e tão pouco tive a sorte de dar a tacada certa. Eu sempre fiz investimentos, desde que comecei a ganhar dinheiro sempre guardei alguma parte, porém eu só adquiri a visão de longo prazo para alcançar a independência financeira aos 27 anos de idade, ou seja, 10 anos atrás. Então qual o secredo? Foco na Renda Quando eu tinha 27 anos, tracei um planejamento para alcançar a independência financeira aos 45 anos. E eu escolhi esse número como limite. Queria porque queria estar “aposentado com essa idade”. Nessa época eu já fazia investimentos no mercado de ações, mas meus resultados eram medianos para ruins. Foi nessa mesmo período que mudei minha estratégia de investir para ativo...

O pé sente o pé quando sente o chão

Tem uma frase famosa que algumas pessoas costumam dizer que é mais ou menos assim… “só vai dar valor depois que perder”. Obviamente, a maioria das pessoas que falam isso é porque estão se sentindo desvalorizadas, seja em um relacionamento ou no emprego. Mas não deixa de ser algo verdadeiro. É somente na ausência de algo que sentimos sua falta, neste sentido só sente falta de enxergar quem possui alguma deficiência visual, do contrário ela apenas enxerga e nem percebe a maravilha que é desfrutar deste sentido do corpo. A felicidade depende do sofrimento para que seja percebida. A frase que dá título a este post ” O pé sente o pé quando sente o chão” é de Sidarta Gautama, mais conhecido como Buda. É incrível como é verdadeira e perturbadora, só temos consciência de nosso corpo quando ele entra em contato com atrito de algo, seja uma roupa confortável ou um sapato apertado. O primeiro emprego que eu tive com carteira assinada foi como office boy em uma importante agência de propaganda e m...