Tá ruim, mas tá bom

Uns anos trás, poucos meses antes de eu largar meu emprego, fui almoçar com uma amiga de velha data. Nós estagiamos juntos e acabamos tomando caminhos diferentes até que uns oito anos depois ela foi contratada pela empresa que eu trabalhava.

Lembro que no almoço, ela me falou sobre como a vida dela caminhou, casada, com um filho pequeno e trabalhando na mesma área que iniciou. Como de costume como faço meus melhores amigos, fiz inúmeras perguntas de reflexão sobre vida, trabalho e dinheiro.

Nesse período que estávamos almoçando percebi que ela ficou um pouco retraída, então perguntei o porquê disso. Ela respirou, pensou por um período e me respondeu que minhas perguntas, se fossem realmente respondidas com sinceridade, teria de tomar atitudes e mudar muitos aspectos de sua vida.

Vida Meia Boca

Todo esse rodeio foi só um exemplo para ilustrar como nós, na grande maioria das vezes aceitamos levar uma vida de forma infeliz, ou parcialmente feliz. O que na verdade poderia ser chamado de vida meia boca. Sabe aquela ideia de tá ruim, mas tá bom? Tipo mudar vai demandar muito esforço, coragem e mesmo assim, pode ser que não dê certo… então melhor empurrar com a barriga.

O trabalho de mudar

Mudar dá um trabalho danado, eu escrevi sobre isso nesse post. e o pior ainda é o medo do que pode acontecer, as consequências de tentar ousar ser feliz. De ser contrariado pelos parentes, pelas pessoas que amamos, ou na pior hipótese de trazer sofrimento por nossas atitudes e ações.

Quando se coloca tudo isso na balança, a pessoa toma as mesmas atitudes que minha amiga… melhor mudar de assunto, melhor nem pensar, porque se realmente for mexer com essas questões pode dar ruim. E pode mesmo… a liberdade cobra um preço que muitas pessoas não estão dispostas a pagar.

Achar que não é merecedor

Uma coisa que eu vivi por muitos anos, e em algum momento ainda tenho, é o sentimento de achar que não sou merecedor. Às vezes me pergunto porque pessoas leem o que escrevo, escutam o que eu falo ( No Boteco FIRE) e tem interesse por minhas ideias e filosofia de vida.

Sei que isso é uma crença limitante, e é muito clichê, mas é exatamente isso… uma crença limitante.

Sempre achar que vai ter tempo

Deixa para o ano que vem, não… deixa para quando tiver X valor na conta, com o cargo Y e os filhos com a idade certa…  Aí então vou ser feliz…
Nós humanos temos uma terrível percepção de imortalidade, nunca acreditamos que o tempo pode ser bem menor do que imaginamos. Já pensou que soubéssemos a data de nossa morte? Será que iriamos deixar para ser feliz aos 45 do segundo tempo?
Esse período sombrio de pandemia tem nos mostrados que nada é certo, tudo passa e deixar para depois é morrer aos poucos, um suicídio a conta gotas. Não que devemos ser irresponsáveis, mas negligenciar a própria felicidade é a mãe das irresponsabilidades.
E você… está deixando para ser feliz quando?
Imagem por Pixabay

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