Meia mussarela, meia calabresa

Existe uma grande dúvida no momento de definir a estratégia para a aposentadoria FIRE, no final todos queremos viver de renda, mas qual é a melhor forma de garantir os rendimentos futuros sem correr riscos e manter fluxo constante e previsível?

Rentabilidade da carteira ou dividendos?

Para os já familiarizados com o tema, é importante entender a regra dos 4%. Observe que muita gente comete o erro de desconsiderar a inflação nesta conta, neste sentido correm risco de perder o poder de compra ao longo do tempo.

Só para ter como exemplo, a taxa de 4% com inflação média de mais 4%, a grosso modo dobra a taxa para 8% (não é o número exato, mas facilita o entendimento).

Nos dias de hoje (março de 2020), os investimentos de renda fixa com está taxa ainda existem, mas são cada vez mais raros, além disso precisamos lembrar da incidência do imposto de renda na hora do resgate.

O patrimônio líquido de uma pessoa é sempre melhor do que ele vê no saldo final de sua conta.

A maioria das pessoas que acompanho na com objetivo FIRE mesclam entre diversas modalidades de investimentos,  cada um com sua estratégia.

No meu entendimento, conforme definido brilhantemente por Décio Bazin, em seu brilhante livro Faça Fortuna com Ações, investimentos em renda fixa pagam juros, ações devem pagar dividendos. Por isso eu defendo uma carteira previdenciária desde o início dos aportes e no período de acumulação, já tendo essa estratégia madura quando chegar o momento de parar os aportes e passar a fazer as retiradas.

Meia mussarela, meia calabresa

No mundo dos investimentos, já se estabeleceu uma taxa de 6% como uma referência de retorno confiável e aceitável para os investimentos de um modo geral.

Neste sentido a busca por ativos que entreguem este retorno anual em dividendos é uma das premissas daqueles que buscam a estratégia previdenciária.  Mesmo assim fica a pergunta: Como repor a inflamação nesta estratégia?

Historicamente a nossa bolsa de valores tem conseguido bater a inflação e ainda apresentar crescimento ao longo dos anos, no entanto, vivemos uma era cada vez mais instável e com grandes períodos de mercado reprimido, o que faz com que o patrimônio total venha a ter muita instabilidade em curtos períodos.

Em nossa última grande crise (2008), os proventos pagos pelas grandes empresas pagadoras de dividendos teve redução 1/3 menor que a oscilação do preço das ações. Isso mostra que até em época de mercado deprimido, os proventos permanecem constantes.

As pessoas que defendem a estratégia baseada pela rentabilidade (crescimento) da carteira, entendem que focar seus investimentos em empresas de alto crescimento irá encurtar o período de acumulação. Isso não deixa de ser verdade,  desde que você tenha uma ótima capacidade de escolher empresas vencedoras.

Como a maioria das pessoas são comuns e com pouco talento para fazer análise de valuation, é bem mais fácil escolher empresas chamadas vacas leiteiras, aquelas boas empresas que não irão dobrar de tamanho em seis meses, mas já se provaram resilientes em diferentes períodos e crises. Empresas boas tendem a permanecerem boas.

Lembrando que seria um grande erro fazer escolhas pensando apenas em dividendos,  pois como diz o professor Baroni, não é rabo que balança o cachorro, mas sim o cachorro que balança o rabo. O histórico de boa pagadora, a forma coma a empresa ganha dinheiro e a capacidade de manter-se rentável ao longo do tempo devem ser objeto de análise entre outros filtros.

Tendo todas essas informações muitos se perguntam qual a melhor estratégia, penso que assim como pode escolher mais de um sabor para uma pizza, pode combinar diferentes ativos em uma estratégia vencedora de longo prazo para os investimentos. Uns vão pender mais para um lado que outro, mas a combinação pode, não só dar segurança em momentos de instabilidade, como potencializar o crescimento do patrimônio.

E você,  achou muito complicado esse assunto? Qual sua opinião sobre tudo isso? Deixe sua opinião.

Disclaimer – Eu não sou um analista/assessor de investimentos e nem pretendo ser, entenda que você é responsável por seus investimentos e decisões. Sou apenas um apaixonado por finanças  pessoais e minhas opiniões e escolhas são particulares a minha filosofia e valores. Em outras palavras, se fizer cagada com seu dinheiro não me culpe.

Imagem por Igorovsyannykov – Pixabay

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