SEU NEGÓCIO: Confira as vantagens e desvantagens de investir em franquia

26 de maio de 2011 – Antes de escolher uma franquia como seu tipo de negócio, é preciso pesar os prós e os contras deste modelo. Alguns investidores, com visão mais empreendedora, têm problemas em lidar com os limites criados pelo franqueador, enquanto outros se adaptam, e têm nas franquias a estratégia ideal para seus objetivos.


Para Wlamir Bello, consultor de marketing do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) , as redes de franquias têm a vantagem de possuir o know-how necessário para prosperar na área. Porém, não é perfeito. “Existem riscos como em todos os investimentos. Até grandes redes possuem casos mal-sucedidos”, afirma Bello.


Para fazer parte da “prosperidade” destas redes existe um custo maior em comparação com um negócio independente. Pagamento de taxas de licenciamento, royalties e contribuições para o marketing tem de ser considerados, além do capital inicial necessário. Na criação de um negócio independente, há apenas o “custo Brasil”, envolvendo os impostos de abertura de empresa, aluguel ou compra do espaço, infraestrutura, etc.


Cláudia Bittencourt, sócia do Grupo Bittencourt, consultoria especializada em franchising, avisa que o modelo de gerência definido e a estrutura empresarial fornecem mais chances de o negócio dar certo. “O interesse de todos é obter lucro. A rede implicará algumas metas e definirá os investimentos necessários para que a filial cresça”, diz.


O que favorece as franquias no quesito suporte ao investidor, também pode ser encarado como desvantagem. Toda rede filiada a Associação Brasileira de Franchising (ABF) fornece a Circular de Oferta (COF) ao interessado em participar da franquia. A rede é obrigada a entregar a COF pela Lei nº 8.955/94.


Nesta circular, estão estipulados os direitos e deveres de franqueados e franqueadores. Também é neste documento onde estão informados o investimento inicial, demonstração de resultados, evolução da rede e o modelo de gerência.


Segundo Bello, a COF é o que formaliza o relacionamento entre as partes interessadas no negócio. “O problema acontece quando alguém tenta desviar do estipulado no documento. O novo empresário tem de saber de cor o conteúdo da COF”, explicou o consultor, que recomenda a análise do conteúdo por um advogado.


Um exemplo do problema citado por Wlamir Bello é quando certa unidade não possui freguesia expressiva. “Algumas vezes, o franqueado não pode tomar decisões sobre promoções ou outras publicidades para alavancar suas vendas”, informa.


Por outro lado, abrir um negócio com um padrão gerencial definido pode amenizar o trabalho do investidor. “Franquias são boas para quem tem experiência profissional e não para quem tem experiência empresarial”, avisa o consultor do Sebrae.


“Quando o franqueado é muito empreendedor, com ideias visionárias, enfrenta dificuldades em trabalhar dentro das recomendações”, concorda Cláudia Bittencourt.


Os dois lados do franchising


O empresário, Silvano de Lourenci percebeu uma oportunidade de negócio e se tornou um franqueado de uma rede especializada em tratamento de água. O empreendedor, que era funcionário de uma montadora, no ABC Paulista, pegou o dinheiro da rescisão e deu entrada nos papéis da rede. “A empresa demonstrava apoio ao franqueado, vontade de crescer, estava expandindo”, afirma o ex-técnico automecânico.


Depois de quase dois anos, Lourenci deixou o negócio. Ele reclama que falhas no gerenciamento de pessoas o desestimularam a continuar. Porém, o empresário não se arrepende de ter investido seu dinheiro na franquia. “Houve vezes em que entrou mais de R$ 30 mil em vinte dias em casa”, conta.


O caso de Silvano não é raro e deixa explícito os dois lados deste tipo de negócio. De acordo com Wlamir Bello, o interessado em investir neste modelo deve se suprir de informações fornecidas por outros franqueados. “É importante conversar com os futuros colegas. Ver se o negócio está crescendo, como é o relacionamento com o franqueador”, indica Bello.


Daniela Matias trabalhava como autônoma projetando interiores.  Conversando com o marido, decidiu montar uma filial de uma rede especializada em artigos esportivos. Porém, a marca valorizou-se nos anos recentes e, sem poder arcar com os custos do negócio, a potencial investidora mudou o foco e partiu para a área de cosméticos.


Daniela entrou em contato com o laboratório detentor da marca de cosméticos da rede da franquia escolhida. Visitou a fábrica em São José do Rio Preto, estudou a proposta, e aceitou montar um quiosque no Shopping Eldorado. “Estava procurando algo próprio. Como conhecia e gostava dos produtos, resolvi arriscar”, conta.


Para Cláudia Bittencourt, o franqueado deve avaliar muito bem os números como projeções de resultados e objetivos antes de decidir onde investir. “O risco é não fazer a pesquisa adequada”, indica.


A visita à fábrica foi o que convenceu Daniela de que aquele era um bom negócio. “Percebi que eles já possuíam toda uma infraestrutura”, comenta.


A empreendedora recebeu treinamento e pessoas capacitadas para começar a trabalhar. “Uma funcionária da rede ficou uma semana comigo para me ensinar a vender”, lembrou. “Existem problemas do dia-a-dia, mas ainda nada que me desestimule”.


(Gustavo Machado – www.ultimoinstante.com.br)
Fonte:http://www.guiainvest.com.br/noticia/texto/default.aspx?noticia=27947

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