MOCHILEIRO NUTELLA – A TURISTIFICAÇÃO DO AVENTUREIRO

Eu gosto de me considerar um aventureiro, adoro viajar sem roteiro definido, sem reserva pronta, sem programação definida. Parece que fica tudo mais intenso, não consigo entender muito bem a galera que não dá um passo sem ter tudo arranjado, nos mínimos detalhes.

MOCHILEIRO NUTELLA – A TURISTIFICAÇÃO DO AVENTUREIRO

Turistificação é o termo que o escritor Nicolas Nassin Taleb utiliza para o fenômeno da vida moderna, que trata os seres humanos como máquinas de lavar. Com programações simplificadas e mecânicas, quase que em linha de montagem, o que ele chama de manual detalhado do usuário.

O que mais me emociona nas viagens são exatamente a incerteza e aleatoriedade dos eventos e possibilidades que uma aventura proporciona.

Sinceramente, odeio os tours ao estilo CVC, na minha opinião todos com formato passeio no zoológico. Aquela coisa chata de horários programados. Tudo em nome do conforto, segurança e eficiência.

“Hoje ninguém se arrisca andar sequer pelo próprio bairro sem ligar o aplicativo de GPS.”

O que, nós modernos, somos em relação ao turismo também refletimos em relação às nossas vidas. Seguir o roteiro, mais ou menos como os seguidos por atores. Uma vida de cativeiro, segura, mas tão broxante quanto cerveja sem álcool.

Tudo programado, até os sorrisos são mecânicos e ensaiados para as fotos… Já reparou como todo mundo é parecido nas fotos em rede social?

Que tal se forçar a aprender um idioma novo na necessidade real de comunicação? Por que não sentir a emoção de pedir um prato no restaurante sem saber o que vai chegar à mesa?

Tente se imaginar sem APP de tradução, sem guia, sem GPS e mesmo assim, aproveitar a emoção de interagir com pessoas, com lugares e com a natureza.

Com certeza a lembrança de perrengues em uma aventura improvisada é proporcionalmente mais rico que o valor pago em um voucher de agência de turismo, com roteiro definido e sorrisos programados.

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