O risco de sair da bolsa

Por O Pequeno Investidor em segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 - 13:27



O início de 2012 na bolsa de valores tem sido bastante animador. Em apenas um mês, o Ibovespa saltou de 57.829 pontos para quase 63.000 pontos - uma alta de quase 9%. E pegou no contrapé vários "especialistas" de mercado que diziam que aquele não era o momento de investir em ações e que o investidor deveria ficar fora da bolsa e esperar um momento melhor. Que momento melhor? Quando o Ibovespa já estivesse 9% mais caro, como agora? Esse salto exemplifica um dos principais riscos que alguém que seguisse esse conselho dos "especialistas" de mercado: o de ficar fora da bolsa de valores.
Risco de sair da bolsa é maior do que o de ficar nela em período de baixa
Ficar fora da bolsa de valores também tem seu risco - o de perder justamente os momentos de alta que, muitas vezes, representam a maior parte dos ganhos em determinados períodos. Ao contrário do que muitos investidores que utilizam análise técnica acabam pregando - voltar para as ações apenas depois que algum sinal quase inequívoco de tendência de alta apareça -, o investidor de longo prazo deveria justamente evitar ficar de fora do mercado de ações.
Em agosto do ano passado, o Ibovespa estava na casa dos 49.000 pontos. Alguns analistas viam ali força suficiente para que as ações despencassem ainda mais, e a maioria recomendava ao investidor pessoa física que mantivesse distância do mercado de ações. O resultado? Quem estivesse com um percentual de seus investimentos naquele momento alocado em um fundo de ações que apenas replicasse o comportamento do iBovespa, ganhou um excepcional rendimento de lá pra cá: +29,25% em pouco menos de 6 meses. Seguindo o conselho dos analistas, muita gente teria perdido dinheiro.

Estudo mostra o custo de perder os dias de melhor performance da bolsa
O investidor de longo prazo não pode deixar de investir em ações nesses períodos, até porque, às vezes, muitas das altas que ocorrem durante a recuperação que se segue aos períodos de baixa são responsáveis pela maior parte dos rendimentos obtidos no longo prazo. Em estudo realizado com os rendimentos médios no índice S&P 500 entre 1980 e 2008, o MARE (Market Analysis, Research & Education) identificou que a maior parte dos rendimentos obtidos no período de quase trinta anos se deveu a menos de 50 dias entre os que apresentaram melhor performance ao longo do período. Veja o gráfico:
Como você pode ver no gráfico, quem investiu, em 1980, US$ 10.000,00 em um fundo de ações que apenas replicasse o índice S&P 500 e não moveu um único centavo do fundo, teve uma rentabilidade fantástica: o investimento inicial rendeu US$ 243.651 ao longo dos 28 anos (2336,51%, ou 12,08% ao ano). Mas, se o investidor, por medo, desaplicasse seus investimentos e perdesse apenas os 5 dias em que as ações apresentaram maior alta, teriam uma perda substancial: ao invés de quase US$ 250.000, seus investimentos renderiam US$ 180. 399,00 (1703% ou 10,88%). Se ele perdesse os dez dias de melhor performance, a queda de rendimento seria ainda maior: a rentabilidade cairia para algo em torno de US$ 140.000. Apenas dez dias com o dinheiro desaplicado teriam custado US$ 100.000,00!
É caro ficar fora da bolsa de valores, não?

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